Domingo, 24 de Maio de 2009
1. Breve História da Mulher no Cinema

Não faria sentido abordar o papel da Mulher no cinema sem, inicialmente, tratar da história do cinema. Como será bastante óbvio para a maioria, a mulher não influencia o surgimento da Sétima Arte; no entanto, seria incompreensível abordar tal tema sem referir os grandes feitos primordiais, atribuídos a homens, e percorrendo a evolução do papel da mulher ao longo da história do cinema.
Além da óbvia contextualização histórica que este capítulo trará, permitir-nos-á avaliar o impacto das primeiras manifestações femininas no mundo cinematográfico. Estas manifestações trabalham em dois sentidos: por um lado, um papel ou personagem influenciará as mentalidades da sociedade sua contemporânea; por outro, a própria sociedade será transportada para o grande ecrã, e permitirá a construção de personagens.



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1.1. Primórdios, Primeiras Realizadoras, Marcos da História do Cinema

A história do cinema inicia-se, naturalmente, com as experiências feitas ao longo de todo o século XIX. Estas eram, quase exclusivamente, jogos ópticos, e podemos falar de inventores como William George Horner, Willian Fitton, J. A. Ferdinand Plateau ou Émile Reynoud.
Em 1891, Thomas Edison inventou o cinétografo e, posteriormente, o cinetoscópio. Foi com base nestes que os irmãos Auguste e Louis Lumière construíram o cinematógrafo: aparelho portátil que realizava três funções, filmar, revelar e projectar.

Em 1895 foi feita a primeira exibição pública paga de filmes e é, normalmente, esta, a data indicada como o nascimento do cinema.

Edison e Lumière foram, então, os primeiros realizadores e apresentaram, na altura, documentários que seriam o incentivo ao início do cinema amador: Sortie de l’usine Lumière à Lyon (1895) foi o primeiro documentário dos irmãos e Vitascope (1896), a primeira produção de Edison.

 

 



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2. A Mulher no Cinema Mundial

Com este capítulo, tencionamos averiguar as diferenças que cada uma das indústrias cinematográficas nacionais apresenta em termos do papel feminino, a partir de personagens e imagens projectadas em obras e/ou autores cuidadosamente seleccionados.


Não planeando fazer um estudo exaustivo de cada uma das imagens apresentadas, abordaremos casos singulares (como é caso de Pedro Almodóvar ou Sergei Eisenstein) ou representativos de uma época (Mary Pickord, Anna Magnani…), provenientes de algumas das mais importantes nações produtoras do cinema ocidental.



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2.1. A Mulher no Cinema Americano (1908 – 1962)

Neste capítulo, abordamos o período de ascensão e consolidação do cinema norte-americano, por corresponder ao surgir das primeiras divas de Hollywood. Obviamente, ao contrário do que acontece noutros países, não se pode dizer que este tenha sido o apogeu das produções cinematográficas — dá-nos, no entanto, uma ideia muito específica do papel das primeiras figuras femininas no grande ecrã.
Neste período, da ascensão inicial do cinema norte-americano (leia-se período compreendido entre 1908 e 1918), a figura feminina apresentada era, de certo modo, limitada. Nesta época, quem comanda o mundo do cinema é o realizador e Griffith é o nome sonante e reconhecido por todos: é, portanto, ele, quem escolhe que estrelas e os papéis que irão ser desempenhados. Habitualmente, estes estariam entre a jovem criança (normalmente interpretada por Mary Pickford), a mãe, esposa e dona de casa, ou a mulher perseguida, que seria resgatada pelo herói.

 

 



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2.2. A Mulher no Cinema Francês (1909 – 1965)

A abordagem deste período do cinema francês deve-se, por um lado, à possibilidade de estabelecer um paralelismo com a época estudada em relação ao cinema norte-americano e, por outro, à singularidade da própria Nouvelle Vague e da imagem da mulher por ela apresentada.
O cinema Francês é actualmente o mais dinâmico da Europa, tanto em termos de público, como em número de filmes produzidos e de receitas geradas pelas suas produções. No entanto, não é apenas conhecido pela sua importância actual, pelo contrário, sempre teve relevância em toda a história do cinema, bem como um papel de destaque na ascensão da Mulher no mundo da 7ª arte.
Num período considerado de 1909-1956, o cinema Francês viveu um clima de extraordinário espírito empreendedor: “ (…) uma época Pathé” (Georges Sadoul in História do Cinema Mundial). Pathé controlava agora, o monopólio do cinema Francês: “Os monopólios assentavam em «circuitos» de salas, ainda não muito extensas porque as exibições em locais fixos tinham começado havia pouco.” (Georges Sadoul in História do Cinema Mundial).

 



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2.3. A mulher no Cinema Alemão (1910-1940): O Peculiar Caso de Leni Riefenstahl

A história do cinema alemão tem um desenvolvimento peculiar, tendo sido fortemente delineada pelas duas Grandes Guerras e pelas ideologias políticas subjacentes.
Durante a I Guerra Mundial, começaram a surgir indícios de um surto artístico, renovador no cinema alemão: a indústria pesada alemã tinha consciência de que o cinema na América era um negócio com proveitos ao qual Wall Street não ficou indiferente e, por isso, a 4 de Julho de 1917, o General Ludendorf comunicou ao Ministro da Guerra que o cinema era uma forte “arma”, capaz de reunir uma mensagem moral, ideológica, e material aliciante e influenciador. Ludendorf, juntamente com importantes banqueiros, químicos, electricistas e militares fundaram uma poderosa sociedade, a Universum Film Aktiengesellschaft, vulgarmente conhecida pelas iniciais U.F.A.

 

 



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2.4. A Mulher no Cinema Italiano: O neo-realismo

O neo-realismo assume-se como uma “corrente artística surgida no Ocidente nos anos 30, com expressão nas artes plásticas, na literatura e no cinema. (…) O neo-realismo encontrou os seus temas principais na dinâmica histórica e social da luta de classes, exigindo à arte e aos artistas um compromisso e uma militância que eram o oposto da teoria da arte pela arte. O artista deveria ser uma força activa, considerando o homem como ser social e afastando-se do subjectivismo. A promoção dos desfavorecidos e humildes, a análise das condições de vida de camponeses e operários e ainda das condições históricas que as originaram são alguns dos seus motivos mais frequentes.” (in Enciclopédia UNIVERSAL multimédia).
Foi na Itália que o neo-realismo teve maior importância. Surgiu nos anos 40, num clima de tensão pós-guerra, caracterizado por fortes traumas que levou os cineastas e críticos italianos “a assumirem posição mais crítica em relação aos problemas sociais e reagirem contra os esquemas tradicionais de produção. (…) A renovação ocorre na temática, na linguagem e na relação com o público. A experiência neo-realista tem duração relativamente curta mas causa enorme impacto sobre as demais cinematografias

 



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2.5. A Mulher no Cinema Espanhol: Pedro Almodóvar, “o realizador de mulheres”

Este é um capítulo singular que, mais do abordar um cinema nacional, abordará um símbolo do que pode representar o papel da Mulher. Pedro Almodóvar surge com toda uma obra relacionada com esse assunto que é, sem dúvida, indispensável quando se estudam as diferentes imagens que o cinema projectou da figura feminina.
Convém notar que o cinema espanhol, tal como o cinema português, esteve submetido ao controlo do Estado durante os anos da ditadura franquista, que não permitiu a criação livre de uma indústria cinematográfica. No entanto, tal como nesse caso, surgiu um movimento que se opôs ao cinema controlado e, subtilmente, fez a sua propaganda anti-regime: é o caso de obras como El Verdugo ou (1963) ou Esa Pareja Feliz (1951).

 

 



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2.6. A Mulher no Cinema Soviético: O cineasta Sergei Eisenstein

Eisenstein é considerado o mais importante realizador soviético. Relacionado com o movimento vanguardista russo, participou activamente na Revolução de 1917 e na consolidação do cinema como meio de expressão artística. Teve alguns problemas com o regime de Estaline devido à sua perspectiva da ideologia comunista e à sua defesa da liberdade de expressão artística e da independência dos artistas, sendo perseguido num país em que a indústria cinematográfica não possuía recursos para se desenvolver.
Durante a sua carreira, realizou várias obras: algumas delas são consideradas das mais importantes da história do cinema. Aos 26 anos realizou A Greve (1924), mostrando que a arte e a política “podiam andar de mãos dadas” (Georges Sadoul in História do Cinema Mundial).
A sua obra mais importante, O Couraçado Potemkin (1925), permitiu-lhe ir trabalhar para Hollywood e ser convidado pela MGM, uma importante produtora. Mais tarde, desgostoso por não ver nenhum dos seus projectos ser levado a cabo, resolve voltar para a URSS, onde é chamado para realizar Alexandre Nevski (1938) e onde mais tarde realiza Ivan, O terrível (1944).

 

 



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2.7. A Mulher no Cinema Português (1930-1960)

O cinema português foi um dos primeiros do mundo. O pioneiro, Aurélio da Paz dos Reis, apresentou Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança, em 12 de Novembro de 1896, um ano depois de Lumiére.
Mas em Portugal, como noutros países, o cinema é encarado apenas como um passatempo, uma ocupação artesanal.
Em Portugal, como no resto do mundo, também a mulher teve um papel preponderante no desenvolvimento cinematográfico nacional.
No período dos anos 30-60, Portugal passou por experiências cinematográficas de cariz diverso – O surgimento do sonoro, o cinema durante o Estado Novo e o novo cinema português (o dito “cinema de oposição”) são os exemplos referenciados e desenvolvidos, e com estes também as mulheres se transmutaram e adaptaram.
E que melhor prova disso poderíamos nós dar, se não os próprios filmes?

 

 



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2.8. Balanço acerca do papel da Mulher nos Cinemas Nacionais

É interessante observar que, percorridos vários cinemas nacionais, com casos mais ou menos peculiares, há uma enorme diversidade de imagens da mulher, que nos são apresentadas. À partida, poderia pensar-se que tal se devia ao facto de proliferarem imagens-tipo de uma nação. No entanto, se as analisarmos um pouco mais cuidadosamente, observamos que há, normalmente, uma convergência da imagem da mulher, numa determinada época, em praticamente todos os cinemas nacionais – exceptuam-se os casos particulares de indústrias produtoras controladas pelos Estados ou que servirão de propaganda a um regime (o caso português ou soviético, por exemplo).

 

 



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3. Géneros Cinematográficos

Este capítulo tem o propósito de analisar alguns dos géneros cinematográficos em que a Mulher esteve mais representada, ou aqueles em que a sua participação foi mais singular. Esperamos, assim, encontrar uma Mulher para cada género, aquela que estará (sempre) ligada a um determinado género, e apercebermo-nos das enormes diferenças que existem entre eles.
 



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3.1. Cinema de Acção/Policial

Estes géneros envolvem geralmente uma história de protagonistas do bem contra antagonistas do mal, que resolvem as suas disputas com o uso da força física. Os filmes são geralmente superproduções com alta tecnologia, que recorrem frequentemente ao uso de efeitos especiais. Todos os filmes de acção têm como base filmes de aventura, ficção científica, guerras e policiais.
Os filmes de acção começam normalmente com um crime e no caso dos policiais, a maioria opta por ter como vítima uma mulher, como no filme O Mistério de Maria Roget onde é encontrado um corpo de uma mulher jovem e bonita, a boiar no rio Sena.
No género policial, os argumentos quase sempre envolvem crimes e criminosos, policiais e detectives, gangsters e ladrões.

 

 



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3.2. Cinema de Animação: “O Império Walt Disney”

O cinema de animação é “a arte ou a técnica de animar desenhos ou bonecos, fotografando em sequência uma série de desenhos parados, de modo que, ao projectar-se o filme, figuras e objectos se movam como na acção ao vivo” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. I das Publicações Alfa).
Walt Disney foi e é o grande ícone do cinema de animação, tendo iniciado a produção de filmes logo após o término da I Grande Guerra e “ em 1925, Walt Disney chegou a Hollywood proveniente de Kansas City, para montar o seu primeiro estúdio de desenhos animados” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. I das Publicações Alfa).
Este “Mestre da Animação” produziu uma série intitulada As Aventuras de Alice, onde a jovem Virgínia Davis, interpretava o papel de “uma heroína que vivia no mundo dos desenhos animados.” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. I das Publicações Alfa).
Mas só em 1928 foi produzido o primeiro desenho animado sonoro – O famoso Rato Mickey!

 

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3.3. Cinema Bélico

Ao longo da História, o cinema bélico foi evoluindo em técnica, mas mantendo sempre a mesma base: “o simples facto de tentar expressar o confronto violento da humanidade leva-nos a uma tripla possibilidade de interpretação: por um lado, a guerra tomada como pano de fundo de uma história não bélica [um romance, por exemplo]; por outro, a situação bélica como um facto colectivo expresso com intenção objectiva; em terceiro lugar, extraordinariamente frequente, o filme bélico como meio de propaganda ideológica.” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. I das Publicações Alfa).
A Guerra sempre foi considerada um “tema de ouro”, pois “ constituiu um reservatório de histórias espectaculares; o filme de guerra exerce sobre o público uma sedução muito ambígua, a meio caminho entre a atitude intelectual de reprovação e a fascinação perante o acto destruidor (…) onde é o panfleto libertador ou a análise clínica de um fenómeno (…)” (Gideon Bachman, Marcel Martin e Roger Tailleur in Cadernos de Cinema).

 



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3.4. Comédia

A comédia é um género teatral com uma longa tradição, que rapidamente se adaptou aos espectadores cinematográficos.
Inicialmente, criavam-se filmes onde as imagens era acompanhadas sem som, apenas com o intuito de fazer rir/alegrar o espectador. Nestas comédias eram muitas vezes utilizadas as perseguições, as quedas e as partidas. As partidas eram as mais faladas e apreciadas: compostas por choques de automóveis, partidas com tartes/tortas, sustos e muitas gargalhadas á mistura. Estes eram os primeiros passos da criação de mais um género cinematográfico.
Em 1896 surge o filme L’arroseur Arrosé (O Regador Regado), aproximadamente com cerca de 1 minuto.

Esta produção, a preto e branco, de Louis Lumiére, foi considerada a primeira comédia cinematográfica da história do cinema. “Com Le jardinier et le petit espiègle, onde mais tarde se tornou mais conhecido como L'Arroseur Arrosé, Lumière criou a primeira sequência cómica a ser gravada em filme e, ao fazê-lo anunciava uma geração de filmes mudos palhaços.” (Perpignan in Une Saison Lumière à Montpellier – 1987, tradução própria).

 



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3.5. O Drama e o Romance no Cinema

O drama no cinema, é representado por uma “acção importante, em que figuram personagens ilustres e cujo fim é excitar o terror ou a piedade, terminando geralmente por um acontecimento funesto que desperta lástima ou horror.” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. VII das Publicações Alfa).
Já o romance, surge no cinema sempre através de um enredo amoroso que envolve duas ou mais personagens, com a premissa “ e viveram felizes para sempre…”, no entanto, existem diversos filmes românticos que se baseiam no lado contrário do romance: na beleza do impossível, na utopia de um final feliz com enredos sustentados por um enlace amoroso cujo fim é sempre trágico – os “star-crossed lovers” nunca ficam juntos – e é neste momento que o drama e o romance se unem no cinema.
Todo o romance e todo o drama, transportados para o cinema têm fortes inspirações teatrais, e grande parte dos realizadores produziam filmes inspirados em obras de Shakespeare – génio dramático e romântico.

 



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3.6. A Ficção Científica

A Ficção Científica começou por ser um “género narrativo, fantástico, que se inspira na influência que a ciência e a técnica podem exercer no homem e no mundo e que teve como precursores Júlio Verne e H.G.Wells.” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. II das Publicações Alfa).
Mais tarde, muitos realizadores deixaram-se envolver pela ficção científica e, depressa, transportaram todas as suas características para o grande ecrã, criando, assim, um novo género cinematográfico – “ A ficção científica constitui também um género cinematográfico que inclui filmes importantes como Metrópolis (1926), de Fritz Lang, A Vida Futura (1936), de W. Cameron Menzies, O Planeta Proibido (1956), de F.M. Wilcox, Viagem Fantástica (1966), de R. Fleischer, e 2001, Odisseia do Espaço (1967), de S. Kubrick.” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. II das Publicações Alfa).

Mas foi Fritz Lang que, realmente, criou as bases para o desenvolvimento do género no cinema. “Com ele a Ficção Científica adquire uma importância inegável” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. II das Publicações Alfa).

 



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3.7. Erotismo e Pornografia

Desde sempre que este género cinematográfico foi muito polémico. Surge por volta de 1920, onde era exibido em bordéis e em 1970, nos Estados Unidos, ganha destaque quando a classificação dos filmes por faixa etária é instituída. O cinema pornográfico passa a ter salas próprias para as exibições dos filmes, conhecidas como “Salas Especiais”. É nesta época de destaque e “descoberta” do cinema pornográfico que surge estrelas como Linda Lovelace protagonista do filme Garganta Funda, escrito e realizado por Gerard Damiano em 1972.

Segundo o autor Jose Escudero existem várias noções de pornografia/erotismo: erotismo “vulgarizado”, em que o acto sexual se torna algo natural e pouco complexo - “ (…) a entrega sexual se converteu numa coisa tão natural que se realiza em qualquer lugar e da mesma maneira que se come quando se tem fome ou se bebe quando se tem sede: uma simples função de higiene corporal.” (José Escuedro in Vamos falar de Cinema); erotismo perverso, depois do erotismo “modesto” há uma necessidade de inovar e elaborar um pouco mais o conceito de «erotismo» “À erotização simples segue-se a perversão: lésbicas, invertidos, sádicos e masoquistas, fetichistas (…) ” (José Escudero in Vamos falar de Cinema); erotismo violento, uma fuga/procura a outros métodos excitantes “O passatempo da futura humanidade, segundo o filme de Elio Petri A Décima Vítima (La decima vittima), serão as caçadas humanas. (…) além da violência estritamente animal, há a violência-perversão, sádica ou masochista.” (in Vamos falar de Cinema, Lisboa, Editorial Verbo); erotismo e os estupefacientes, onde os filmes primam pelo consumo de drogas e experiencias que estas podem provocar “Vêm então as drogas.” (José Escudero in Vamos falar de Cinema); erotismo canibalesco e suicídio, outra forma de despertar interesse no público.
A fim de melhor explicitar o papel da mulher neste tipo de filmes, abordamos agora, então, três obras marcantes: Ai No Corrida – em português, O Império dos Sentidos (1976), Deep Throat – Garganta Funda (1972) e La Grande Bouffe – A Grande Farra (1973).

 



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3.8. Cinema Sociopolítico

O cinema sociopolítico ramifica-se em várias vertentes: a censura, a propaganda (ligada a política/campanhas eleitorais) e a crítica reprovadora de alguns comportamentos sociais ou regimes políticos.
Podemos afirmar que o género cinematográfico documental está ligado ao sociopolítico, devido à enorme quantidade de obras cinematográficas reproduzidas que ligam estes dois géneros. Podemos observar esse mesmo exemplo no filme Olympia 1. Teil – Fest der Völker, com direcção de Leni Riefenstahl. (que pode ser visto inegralmente mais acima, quando falamos de cinema alemão) Este filme tem como identificação o género documental, “Há muita discussão se este filme deve ser considerado um filme de propaganda política para o Partido Nazista, como o seu Triunfo da Vontade (tal como no caso anterior, disponibilizámos no blog o filme completo, mais acima), que inquestionavelmente é.” (Lauro António in Cinema e Censura em Portugal).

 



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3.9. Cinema de Terror/Suspense

O género de terror/suspense, engloba todos aqueles filmes que têm como objectivo fazer ficção de algo misterioso e sombrio, para que seja induzido um efeito de medo, ânsia e choque no espectador. “O medo é a fonte dos filmes de terror (…)” (por Georges Sadoul in História do Cinema Mundial).
Os filmes de terror tendem a utilizar argumentos mórbidos e sinistros “ (…) como uma galeria de arquétipos que veio a simbolizar, em diferentes graus, como uma gama de emoções que ocorre entre a morte e a dor.” (por Georges Sadoul in História do Cinema Mundial). Normalmente, este género cinematográfico utilizava, nas suas criações, o romance e todo o simbolismo que este representava.
Este género cinematográfico foi reforçado pelo expressionismo alemão, atingindo um elevado grau de “maturidade” com a chegada da produtora Universal. Mais tarde surgem outras produtoras como a Hammer y New World Pictures que mudaram gradualmente o cinema de Horror.

 



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3.10. Expressão cinematográfica do Religioso


 “A expressão cinematográfica do religioso deve consistir em filmes que se limitem a sugerir, que não demonstrem nem dogmatizem, e que deixem o espectador em liberdade para experimentar e deduzir” (José Escudero in Vamos falar de Cinema).
Muitas das obras cinematográficas religiosas não são católicas, pois existem muitos filmes religiosos feitos por homens que não se consideram crentes, mas que de alguma forma acabam por transmitir a “ideia principal” – “ (…) reflectir o mistério da transcendência, que todo o homem defronta” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. VII das Publicações Alfa).
“ É natural que os católicos, e os cristãos em geral, se preocupem com um cinema que dê testemunho da sua presença em todos os problemas do mundo” (in O Cinema – Enciclopédia da 7ª Arte vol. VII das Publicações Alfa), e apesar de tardias, as obras cinematográficas religiosas católicas são muito divulgadas, criticadas, censuradas e admiradas. Como exemplo muito recente temos A Paixão de Cristo, realizado por Mel Gibson. Esta obra cinematográfica é alvo de críticas negativas e positivas “Jesus Cristo finalmente teve o seu momento de dúvida na cruz, quando pergunta o porque de ter sido esquecido pelo seu Pai — esta cena é várias vezes referenciada, ao contrário das cenas de tortura”. (in All Movie - Perry Seibert) Estas críticas e a própria produção cinematográfica levaram a uma diversidade de opiniões e a debates polémicos.

 



publicado por Área de Projecto às 14:21
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3.11. Cinema de Vanguarda

O cinema de vanguarda anda de “mãos dadas” com o surrealismo e o futurismo e exemplo disso são Luiz Buñel e Salvador Dali, com Un Chien Andalou (posteriormente, acusados de plágio por Antonin Artaud). Este filme por sua vez não possui uma história com a ordem normal dos acontecimentos, passa por exemplo de "era uma vez" directo para "oito anos depois". Utiliza a lógica dos sonhos e da imaginação, baseada na psicanálise de Freud.
A Mulher, nesta obra, surge como parte integrante do sonho do Homem, a paranóia que o leva a cortar, numa das cenas iniciais, o seu olho com uma navalha. Posto isto, podemos observar um outro papel da Mulher, muito relacionado com o erotismo, com o fetiche: a dor e a mutilação (que, veremos depois, faz parte apenas do imaginário) infligidas na Mulher têm tudo que ver com as fantasias sexuais por realizar, e da concretização íntima.

 



publicado por Área de Projecto às 13:22
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3.12. Cinema Western

O western foi um dos géneros cinematográficos mais populares da História do cinema e ainda hoje tem muitos fãs, embora a sua produção actualmente seja praticamente nula. O western foi e é um reflexo de um capítulo crucial da história norte-americana.
O que daria origem aos westerns do tipo selvagem tem, talvez, o seu mais remoto precedente nos espectáculos sobre o “wild west” (oeste selvagem) protagonizados por Buffalo Bill a partir de 1883.
O cenário dos westerns é o Oeste dos EUA; alguns dos filmes são cenas passadas ou relacionadas com a guerra civil americana, (embora de forma secundária pois o Oeste não se envolveu com a mesma intensidade na guerra como o Leste dos EUA). Alguns dos filmes mostram a ocupação de terra, o estabelecimento de grandes propriedades dedicadas à criação de gado; lutas com índios e a sua segregação; as corridas ao ouro na Califórnia e a guerra do Texas.

 



publicado por Área de Projecto às 12:23
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3.13. Balanço sobre o papel da Mulher nos diferentes Géneros Cinematográficos

Este capítulo, onde abordámos as imagens da Mulher apresentadas em cada um dos géneros cinematográficos, é aquele onde mais claramente observamos a imensidão de papéis e imagens que lhe são atribuídas. A mesma actriz poderá representar tantos papéis ou imagens quantas as obras em que figure, completamente diferentes entre si. Isto significa duas coisas: por um lado, que talvez seja, até, infinito, o número de imagens que esta arte, mais do que qualquer outra, poderá apresentar; por outro, um aspecto muito interessante – ao contrário do que acontece no teatro, ou noutros espectáculos, o papel representado não está directamente ligado às características físicas de quem o representa.
Estas duas peculiaridades fazem do cinema uma arte de eleição, de uma riqueza e profundidade que, provavelmente, não será conseguida com nenhum outro meio artístico existente.



publicado por Área de Projecto às 11:24
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4. Capítulo Final: o mito Lolita

Percorrido o essencial do nosso trabalho, concluímos que o Cinema é responsável por múltiplos (infinitos?) desdobramentos da imagem da Mulher. Se por efeitos ideológicos (caso de Riefenstahl), se por efeitos de época e de vanguarda (as novas imagens da mulher nos anos sessenta, como por exemplo Brigitte Bardot), a verdade é que podíamos abordar outras imagens, outros ícones. 
O cinema deu o seu contributo para as mudanças ao nível das mentalidades, sobretudo a partir do pós II Guerra: antes de se generalizar um certo tipo de penteado, uma postura, um comportamento, já as actrizes o tinham feito no ecrã, muitas vezes provocadoras e pioneiras contra o sentido dos costumes enraizados – assim, a mulher, no cinema, assumiu-se ou como uma vanguarda — inspiradora de todas as mudanças que ao seu universo disseram respeito —, ou como reflexo da mudança das próprias mentalidades sociais. Veja-se, a propósito e por exemplo, a imagem lançada por Marléne Dietrich, com o seu olhar misterioso e provocador, acompanhado pelo fumo de um cigarro, no tempo em que era feio as senhoras fumarem!

 



publicado por Área de Projecto às 10:26
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Maio 2009

Trabalho realizado por:
Catarina Viana, Irina Pedroso, Joana Alves e Sarah Saint-Maxent
Coordenadas pela
Professora Cecília Cunha
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